Heráclito: "Não se pode entrar duas vezes no mesmo rio."
Concordo plenamente.
As coisas mudam com o tempo.
Principalmente, nós mudamos com o tempo.
A vida é uma sucessão de momentos. São pedaços construídos ao longo de muitos dias, horas, minutos. O passado não volta... Não revivemos esses momentos, mesmo se estivermos outra vez com os mesmos pedaços. O tempo em nós é como o vento que bate todos os dias em uma rocha: lapida, muda, dá forma.
Ao voltarmos à velha casa, a fechadura da porta tem um ferrugem nova, e nós temos os cabelos brancos. Embora seja a mesma casa e a mesma face.
É necessário deixar a água do rio passar, e a corrente precisa mesmo correr para o seu mar. Tudo isso faz com que as margens mudem porque quando a correnteza passa arrasta pedras e folhas sedimentando-a.
Jamais vamos entrar no mesmo rio duas vezes. Não será o mesmo rio, não serão as mesmas águas.
O homem também mudou. É como se fosse uma colcha de retalhos: marcas e cicatrizes, lembranças e experiências que preenchem e trasnformam.
E é preciso aceitar tudo isso, conviver com a fulgacidade que movimenta a vida. Sobreviver quando acabar o que era efêmero. Aquela brasa que se apagou um dia... A nova fogueira será diferente.
Não deve haver desespero porque o rio continua no campo e o homem ainda está vivo. É só uma questão de adptação.
"Aqui dentro sempre como uma onda no mar."
2 comentários:
E ainda existirá a beleza das águas e o charme das faces, ainda que mudadas.
Ainda que não seja o mesmo rio será aconchegante. Ainda que não seja igual se manterá forte.
Tudo pode ficar ainda mais bonito, ainda que a brasa se apague. O importante é que pra sempre exista fogueira!
Obrigada, Ju! ;*
Por nada, Livinha.
É o meu jeito de ajudar.
Sim, tudo que passa deixa alguma coisa.
Beijos.
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